
COVID-19 – Pesquisa da Fine Panel sugere que proteger pessoas com patologias anteriores reduziria significativamente a fatalidade
Esta conclusão é alcançada após a análise dos dados da “Pesquisa Médica Regional sobre COVID-19”, realizada em 13 países da América Latina, com 2.253 profissionais médicos incluindo 530 do Brasil.
Dentro dos médicos, o estudo analisa especificamente aqueles profissionais que atualmente estão tratando pacientes diagnosticados com COVID-19 e, ao descrever cerca de 421 pacientes nas condições mais críticas, identifica que, diferentemente do observado na Europa, é possível que na América Latina a composição etária esteja mudando, e não sejam pessoas com idade acima de 65 anos, o perfil mais numeroso de pacientes críticos.
No estudo, os maiores de 65 anos compõem apenas um quarto dos pacientes críticos, enquanto cerca da metade são aqueles entre 40 e 65 anos de idade.
Confirma-se que os menores de 18 anos pareçam relativamente imunes ao agravamento da doença (eles representam apenas 3% dos pacientes em condição crítica), mas o grupo de pacientes jovens entre 18 e 39 anos representam 18% dos pacientes atualmente internados ou que podem precisar de hospitalização a critério do médico.
O perfil mais jovem apontado aqui pode ser explicado pela combinação da demografia latino-americana, e o isolamento dos idosos realizado de forma antecipada em vários países da região.
Os portadores de outras comorbidades (diabetes, problemas respiratórios, pacientes imunossuprimidos) não tiveram a mesma proteção, Sendo um grupo relativamente minoritário da sociedade, representa 6 em cada 10 pacientes em estado grave com COVID-19.
A relevância do grupo de risco não e um dado novo, mas o que é um resultado supressivo foi o significativo peso do grupo que representou mais do dobro do segmente de 65 e mais anos, no grupo de pacientes mais críticos,
Caso esses dados sejam confirmados com mais evidencia, isto poderia tem um impacto relevante nas políticas para a contenção da pandemia. O isolamento desses pacientes com comorbidades, não reduziria apenas a demanda pelos recursos hospitalares, mas – o que é mais importante – reduziria potencialmente a letalidade da pandemia.
O estudo também analisa em forma comparada a Brasil com o resto da América Latina, em quanto a avaliação dos médicos sobre as políticas implementadas as medidas que conseguem maior adesão, o envolvimento da população no combate à pandemia, a avaliação da infraestrutura hospitalar , e a perspectiva do futuro.
O projeto sem fins lucrativos foi desenvolvido e financiado pelo Fine Panel como o apoio da Save The Children (Mexico), Ipsos Healthcare (Brasil), Datum (Peru), Confirmit (Oslo) e The Esomar Foundation (Amsterdam).
Lembramos que, no contexto da emergência, o Fine Panel decidiu oferecer gratuitamente sua comunidade de profissionais de saúde e seus serviços de pesquisa para qualquer projeto no COVID-19 que seja util para as autoridades regionais e/ou nacionais de saúde dos países onde temos recursos. locais, incluindo Argentina, Brasil, México, Colômbia, Chile e Uruguai.